12 de maio de 2009

[AMP-UQBAR] PAPERS 1- Editorial-Portugues-Anexo.





PAPERS 1-

Editorial-Portugues



Sem referência

                                                                                                                Eric Laurent

 

 

O primeiro número da nova séria de Papers marca a vontade do Comitê de ação da Escola Uma de dinamizar a preparação do próximo Congresso da AMP que nos receberá dentro de apenas um ano. O volume Scilicet estará disponível em breve.

 

Os Papers, que não são publicados de forma periódica, são confiados, em cada oportunidade, particularmente a um redator escolhido no Comitê de ação. Este número multilíngüe, como a Escola Uma, foi confiado a Marie-Hélène Blancard. As traduções dos artigos já estão em curso, em cada uma das línguas presentes no número. Algumas já estão prontas. Estarão disponíveis, em breve.

 

Cada um dos cinco textos, os de Lizbeth Ahumada Yanet, Marie-Hélène Blancard, Luisella Brusa, Ana Lydia Santiago e Hebe Tizio, desenvolve um ponto preciso do binário "Semblantes e Sinthoma", clínico, teórico e/ou pragmático.

 

Cada uma escolheu comentar um texto de sua preferência que a interpela particularmente. Um tema de atualidade ou uma descoberta clínica. Hebe Tizio põe em tensão "A Terceira" e o Seminário XXIII, Ana Lydia Santiago "O aturdito" e o Seminário XX, Luisella Brusa o Seminário XVIII, Marie Hélène Blancard destaca o lugar do semblante nos processos de inserção e desinserção do sujeito.

 

Gostaria de enlaçar suas contribuições através da pergunta sobre o lugar do psicanalista que atravessa cada um dos textos. O psicanalista, na idade da ciência, é aquele que faz um uso do discurso que escapa à ciência. A lingüística é a encarregada de fazer ciência do discurso, mas a posição do lingüista não lhe permite fazer ato da disjunção entre a semântica e o significante. O psicanalista, de forma contrária ao lingüista, denuncia o espelhismo da referência, especialmente na perspectiva de um cálculo dela, no mito de uma língua mental computacional, artificial. O psicanalista denuncia a necessidade da referência e esclarece a contingência da causa do desejo e das formas da substância gozante. Não há outra referência além da que claudica e produz uma ruptura na palavra e seu aparelhamento com o discurso.

 

Nesse sentido, a abordagem do sintoma pela psicanálise, sua redução à singularidade do sinthoma , faz os semblantes vacilarem radicalmente. O que seria um discurso que fosse feito só de não-relações? Isso se escreve S¹/S². Cada um dos artigos deste número de Papers se aproximou ao seu modo deste pont de ruptura. Ajudarão a cada um dos seus leitores a fazerem o mesmo.

 

Papers agradece a Philippe Bénichou seu engenhoso trabalho de edição deste número multilíngüe.

 

Eric Laurent

2 de março de 2009.

 

Tradução: Elizabete Almeida de Siqueira.

 




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