7 de abril de 2014

A Grande Conversação da Escola Una - Silvia Salman






A Grande Conversação da Escola Una 
Flashes

Desejo de supervisão  
Silvia Salman

Uma vez mais, a Escola Una nos encontra conversando sobre a prática da supervisão. Prática inacabada, infinita e inconsistente, que nos interroga, a cada vez, sobre a maneira como o desejo do analista opera na condução de cada análise.
O "in", que se repete em cada um esses termos que podem qualificar essa prática, evoca o « i-n-a-n », ao qual Lacan alude no Seminário 19, para fazer referência  ao inanalizável … : « Não basta dizer que a psicanálise é impossível, porque isso não exclui que ela se pratique. Para que ela se pratique, sem ser inan, não é a qualificação de impossível que importa, é sua relação com o impossível que está em causa… »
Mostrar essa relação com o impossível e torná-la transmissível é provavelmente um dos elementos principais que a experiência da supervisão pode oferecer, a partir do relato do caso e de sua transmissão à Escola.
Ora, a experiência da supervisão comporta uma demanda que, como tal, sempre faz existir um Outro, o que permite interrogar a posição que convém a esse Outro para que essa relação com o impossível se ponha em jogo.
Através da formação que a Escola Una confere aos analistas, sabemos ao menos que não se trata do Outro do saber, aquele que poderia garantir o que, quando e como interpretar, o que levaria o analista praticante a se con-formar em ser um analista,  quando não estandardizado, pelo menos normalizado.
Um Outro suficientemente analisado, ou seja, advertido de sua própria relação com o impossível, terá a ocasião de fazer passar para a experiência esse real, a partir do qual cada praticante poderá assumir o analista singular que cada um sabe fazer operar.
O desejo do analista encontra, então, na experiência da supervisão, uma maneira de se manifestar, o que poderá desencadear, e é o que se espera, um desejo de supervisão. É uma responsabilidade da Escola produzir esse desejo, mantê-lo vivo e fazê-lo ex-sistir como inerente à sua política, que é também uma política da transmissão de uma experiência.
Devemos encontrar, a cada vez, as maneiras de provocá-lo.

 Tradução: Vera Avellar Ribeiro


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