5 de abril de 2014

EBP - A Grande Conversação da Escola Una - Ram Avraham Mandil




From: pbadari@superig.com.br
To: EBP-Veredas@yahoogrupos.com.br
Date: Sat, 5 Apr 2014 10:32:10 -0300
Subject: [EBP-Veredas] A Grande Conversação da Escola Una - Ram Avraham Mandil [1 Anexo]

 




A Grande Conversação da Escola Una 
Flashes


NOTA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DA SUPERVISÃO  (CONTROLE)


Ram Avraham Mandil

Este momento de retomada da conversação sobre a supervisão é uma oportunidade para relançar a sua prática, destacar a lógica de sua posição na formação analítica e prosseguir o debate sobre a sua relação com o desejo do analista e, mais especificamente, com o ato analítico.  
A feliz expressão "os usos do controle", que orientou o último colóquio da ECF, aponta para a variedade dos seus modos de acionamento. Se há lugar para usos singulares, isso não dispensa a Escola de aferir seus efeitos de formação, e inclui-los em suas discussões.
Momento também de se rediscutir a relação entre a supervisão e a construção do caso clínico. A partir da referência de Miller ao quadro Las Meninas, de Velásquez[1], a supervisão pode ser tomada como uma oportunidade para se destacar o lugar que o analista ocupa no quadro que ele mesmo pinta.  Isso implica conferir uma dimensão moebiana para o relato do caso:  a exterioridade de onde se relata o caso se conecta com uma interioridade pela qual o analista se vê inserido na trama do que é relatado.
Outro ponto de interesse diz respeito à relação entre a supervisão, o desejo do analista e o ato analítico.  Sabemos, via Lacan, que o desejo do analista não é um desejo puro,  mas um desejo que responde à opacidade do sinthoma daquele que se autorizou como analista.  Por outro lado, Lacan também se refere ao horror em relação ao ato analítico. Diria que esse horror está associado à ausência de garantia para o ato que se espera do analista. O horror ao ato analítico poderia se explicar por seu aspecto "desumano", quando o vemos agitar-se de um lugar em que "a vida não toma a forma de um sonho".  Nesse sentido a supervisão pode ser um lugar privilegiado para aferir o valor operatório da solidão do analista como condição para o seu ato, solidão esta que é ressonância de sua solução sinthomática.
Para concluir essa nota, é preciso considerar que a supervisão permite ao analista recuperar algo da enunciação analisante,  diferente da posição de objeto que ele procura ocupar nas análises que dirige. Sem desconsiderar a dimensão epistêmica do trabalho que ali se dá, a supervisão pode ser vista como um lugar em que o analista pode dar um tratamento ao engano que é de estrutura na experiência analítica, conferindo uma dignidade de real aos tropeços e embaraços que um caso suscita. Momento propício para dissolver a enfatuação que sua posição poderia gerar,  enfatuação esta que se nutre do sonho de estar livre dos tropeços do real
[1] Miller, Jacques-Alain. Falar com o corpo – Conclusão do Pipol V. In: http://www.enapol.com/pt/template.php?file=Argumento/Conclusion-de-PIPOL-V_Jacques-Alain-Miller.html





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