Caros Colegas,
Nossos dias parecem seguir o lema “o que não aparece, desaparece”. No entanto, ao fazer deste mote a lei de uma sociedade, fascinada pela exigência generalizada de tomar como único sentido válido, para cada uma de nossas ações, a quantificação, perdemos do homem as qualidades. Só existe o que puder ser colocado em números e aceito em consenso. Na economia, na medicina, nas universidades e nas escolas, todos devem se dobrar à injunção de avaliação universal, de fazer parte desta grande legião que concorda em “objetivar-se”. É no sentido contrário que caminha a psicanálise de orientação lacaniana.
Nos dias 9 e 10 de fevereiro Jacques-Alain Miller reuniu 1300 pessoas em Paris, no Grand Meeting da Mutualité, tendo como veículo principal a Revista Le Nouvel Âne - a imagem de nosso site é a da capa de seu número 8 - para manifestar-se contra essa ditadura da cifra. A cultura da quantificação não existe sem a da avaliação. Avaliar tem sua importância, mas esta operação só informa o que a ela se pede. Eles sustentaram que nem tudo pode ser colocado em números, que as cifras podem dizer muitas coisas, mas não necessariamente o que importa. Inúmeros membros da Associação Mundial de Psicanálise, dentre eles vários da EBP, estiveram presentes, juntamente com políticos, filósofos, jornalistas, escritores e pessoas interessadas na psicanálise, que voltarão a se reunir nos dias 28 e 29 de março.
As neurociências são uma área promissora e interessante da pesquisa científica, mas o cognitivismo é uma extrapolação frágil de suas hipóteses, para dar ares de novidade e nobreza teórica à velha terapia comportamental. Recusamo-nos a reduzir a experiência da linguagem à comunicação, as relações humanas ao contrato, as emoções à sinapse. Nossa lida clínica talvez seja a mais diretamente implicada no sofrimento causado pelo extermínio da poesia em um mundo cada vez mais sustentado pela utilidade direta.
Nossa Escola se reúne a este movimento Para que viva a psicanálise, contra o cognitivismo e a quantificação generalizada, que certamente terá repercussões no Brasil. Cada um de nós terá que encontrar a melhor expressão, segundo seus lugares e contextos específicos, para dar vida a este movimento desencadeado por Jacques-Alain Miller em prol da psicanálise. Para começar, convidamos cada um de vocês: membros, aderentes, correspondentes, alunos de Institutos, participantes de cartéis e jornadas, a assinar a lista de adesão ao movimento. Basta visitar o destaque de nosso site, clicando aqui e enviar uma mensagem de adesão, com seu nome e profissão. É possível também registrar seus comentários, que serão publicado em um blog em nosso site, e encontrar os links para conhecer mais sobre este movimento. A lista de adesões será publicada na lista internacional da AMP: UQBAR e será transmitida às autoridades francesas.
Cordialmente,
Nossos dias parecem seguir o lema “o que não aparece, desaparece”. No entanto, ao fazer deste mote a lei de uma sociedade, fascinada pela exigência generalizada de tomar como único sentido válido, para cada uma de nossas ações, a quantificação, perdemos do homem as qualidades. Só existe o que puder ser colocado em números e aceito em consenso. Na economia, na medicina, nas universidades e nas escolas, todos devem se dobrar à injunção de avaliação universal, de fazer parte desta grande legião que concorda em “objetivar-se”. É no sentido contrário que caminha a psicanálise de orientação lacaniana.
Nos dias 9 e 10 de fevereiro Jacques-Alain Miller reuniu 1300 pessoas em Paris, no Grand Meeting da Mutualité, tendo como veículo principal a Revista Le Nouvel Âne - a imagem de nosso site é a da capa de seu número 8 - para manifestar-se contra essa ditadura da cifra. A cultura da quantificação não existe sem a da avaliação. Avaliar tem sua importância, mas esta operação só informa o que a ela se pede. Eles sustentaram que nem tudo pode ser colocado em números, que as cifras podem dizer muitas coisas, mas não necessariamente o que importa. Inúmeros membros da Associação Mundial de Psicanálise, dentre eles vários da EBP, estiveram presentes, juntamente com políticos, filósofos, jornalistas, escritores e pessoas interessadas na psicanálise, que voltarão a se reunir nos dias 28 e 29 de março.
As neurociências são uma área promissora e interessante da pesquisa científica, mas o cognitivismo é uma extrapolação frágil de suas hipóteses, para dar ares de novidade e nobreza teórica à velha terapia comportamental. Recusamo-nos a reduzir a experiência da linguagem à comunicação, as relações humanas ao contrato, as emoções à sinapse. Nossa lida clínica talvez seja a mais diretamente implicada no sofrimento causado pelo extermínio da poesia em um mundo cada vez mais sustentado pela utilidade direta.
Nossa Escola se reúne a este movimento Para que viva a psicanálise, contra o cognitivismo e a quantificação generalizada, que certamente terá repercussões no Brasil. Cada um de nós terá que encontrar a melhor expressão, segundo seus lugares e contextos específicos, para dar vida a este movimento desencadeado por Jacques-Alain Miller em prol da psicanálise. Para começar, convidamos cada um de vocês: membros, aderentes, correspondentes, alunos de Institutos, participantes de cartéis e jornadas, a assinar a lista de adesão ao movimento. Basta visitar o destaque de nosso site, clicando aqui e enviar uma mensagem de adesão, com seu nome e profissão. É possível também registrar seus comentários, que serão publicado em um blog em nosso site, e encontrar os links para conhecer mais sobre este movimento. A lista de adesões será publicada na lista internacional da AMP: UQBAR e será transmitida às autoridades francesas.
Cordialmente,
Elisa Alvarenga Marcus André Vieira
Presidente da EBP Diretor da EBP
Nenhum comentário:
Postar um comentário