9 de junho de 2012




O jornal “O Estado de S. Paulo” de sábado,  2/6/12, publicou uma resenha crítica do novo livro de Jorge Forbes –Inconsciente e Responsabilidade. Psicanálise para o século XXI – escrita pela Professora Leda Tenório da Motta.
Seguem algumas frases do artigo, que pode ser lido na íntegra em http://migre.me/9kzGI  :
- Se tudo isso estiver certo, Inconsciente e Responsabilidade - Uma Psicanálise para o Século XXI, de Jorge Forbes, tem chances de ser o balanço de Lacan e a interrogação de seus préstimos a 100 anos de distância de Freud que pretende ser.
- Aqui, à verve se responde com a verve, numa contra-assinatura autoral digna da tarefa pretendida. E a melhor prova disso é certa nomenclatura principal do livro - o homem "desbussolado".
- Refere-se a essa situação não mais "pai-orientada" todo o esforço do autor no sentido de repensar o papel tanto dos que se arvoram em exercer a velha arte da cura pela palavra quanto dos que pela palavra buscam se libertar.
- Mas tampouco é estranha à liberdade de movimento de Forbes a palavra "responsabilidade", menos enfatuada que "ética" e "moral", que se costuma acionar em incursões deste tipo, menos culpabilizante e melhor administradora da angústia que toda chamada à moralidade desencadeia em quem é chamado.
- Nesta outra circunstância, o sujeito diz seu caos, como um poeta de si mesmo. Sem emprestar-lhe nenhuma acepção prazerosa tola, esse dizer desamparado e impositivo é o que Lacan chamou o "gozo".
- Seja seu anticatastrofismo, que, indisposto contra o lugar-comum da visão do "pandemônio", troca a recusa do presente pela suposição de que as pessoas não estão assim tão desorientadas como querem fazer crer as novas religiões, os recrudescimentos do conservadorismo e as psiquiatrias medicamentosas.
- E é bom ressaltar que é desse mesmo espírito dissidente que Forbes participa, quando reencaminha o gozo da palavra cravada como saída para nós sujeitos atuais, na  contramão da vigilância do Grande Pai ideológico que, por aqui, segue reputando imorais os excessos do sujeito e da palavra.

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