nº 31
Ano 4
NOVEMBRO DE 2007
Editorial
Este número de Latusa traz quatro textos. A fala da Diretora da Seção Rio na Abertura das XVIII Jornadas Clínicas da EBP-Rio, Objetos soletrados no corpo, apresenta nossas Jornadas como um “documento vivo” de um trabalho coletivo que se “torna público como objeto de transmissão”. São “uma coleção de objetos culturais, sociais, fabricados pelo trabalho de muitos, mas sem deixar de trazer a marca do objeto causa da solidão de cada um com a psicanálise”.
Elza Lisboa de Freitas articula psicanálise e literatura, tomando uma filigrana da obra de Marcel Proust, Em busca do tempo perdido. O personagem, ao beber uma xícara de chá, é invadido por um “prazer imenso, isolado, sem a noção de sua causa”. Ele busca em vão repetir a experiência, que ressurge em momentos inesperados. Elza esclarece sua característica de reminiscência em que o personagem é tocado pelo viés real do objeto; ela define: “instante presente de quase captura do tempo perdido, apenas por ser passado”.
Angela Bernardes se interessa pelo “nascedouro do conceito lacaniano de objeto a”, pelo "registro real do vazio substrato da função da causa". À sua pergunta sobre como esse vazio se enforma para cada sujeito, responde com as palavras de Guimarães Rosa: com “o nada, que é humano e nos envolve”, às quais acrescenta: “a própria estrutura de borda do objeto a”.
Romildo do Rêgo Barros articula sua pesquisa sobre a sublimação desenvolvida em seu Seminário às suas impressões colhidas da conferência de Marie-Hélène Brousse, “O saber do artista”. Ele formula e desenvolve que, em tempos de ausência de “apoio de um Outro ideal”, no qual resta-nos o objeto, torna-se “necessária uma nova idéia do que é a sublimação”.
Maria Angela MaiaEditora de Latusa
Neste número:
Objetos soletrados no corpo - Heloisa Caldas
Variações sobre um tema (objetos e versões) - Elza Marques Lisboa de Freitas
Pedaços que faltam (sobre a origem do objeto a) - Angela Cavalcanti Bernardes
Uma crise na sublimação- Romildo do Rêgo Barros
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