O homem pode ser uma
devastação para uma mulher, enquanto a mulher é o sintoma para o homem
A França está em pleno rebuliço:
foi lançado, na semana passada, o livro da ex-companheira do atual presidente
da república. Imagine só! A mulher traída se vinga do homem contando a
intimidade de oito anos de convivência. Claro, o homem não fica muito
engrandecido com esse torpedo que já vendeu uns 200.000 exemplares. Claro,
sendo o homem também presidente da República, a vingança atinge também a
função. Medeia, dizem uns. Bem feito!, diz outra. O fato é: todos leram.
O casal ilustra o que Lacan
dizia: o homem pode ser uma devastação para uma mulher, enquanto a mulher é o
sintoma para o homem. A reação da moça, ao saber pela imprensa que seu augusto
amante a traía com outra, não deixa dúvidas: indo parar no hospital depois de
uma crise de mágoas, amadurecendo sua vingança para publicá-la em período de
baixa popularidade do seu ex-companheiro, ela expõe suficientemente a devastação
que a habita.
Ele já tinha avisado: seria um presidente
longe da promiscuidade mediática do seu antecessor, longe das exuberâncias
sexuais de outro futuro ex-candidato, um presidente “normal”. Prometeu e
cumpriu. Foi pego de lambreta e capacete indo visitar a nova amante. Não
precisava dar tantas marcas de “normalidade”. A cota de popularidade já bem baixa não subiu
com o feito.
Os franceses lamentam que o
“normal” das relações homem e mulheres tenha feito uma mancha na função de
representante eleito da Nação. Lamentam
mesmo? O livro está esgotado.
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