2 de setembro de 2009

[EBP-Veredas] Mensagem MMP para a Comunidade Analítica

Belo Horizonte, 01 de setembro de 2009.

De: Movimento Mineiro de Psicanálise
Para: Comunidade Analítica do Campo Freudiano

Caros colegas,

A EBP-MG faz parte do Movimento Mineiro de Psicanálise (MMP), composto por oito instituições psicanalíticas diferentes. Desde o ano de 2000, o MMP vem lutando contra a regulamentação da psicanálise, e, nesse percurso, conseguimos o arquivamento de pelo menos três projetos de lei que visavam tal empreitada, por parte de alguns deputados e evangélicos, além de outros que perceberam o vácuo existente entre a prática analítica e o Estado, para tentar aí preenchê-lo inserindo a psicanálise como uma oferta homogeneizante, e os respectivos lucros que daí um mercado poderia oferecer. Um dos exemplos diz respeito a uma certa entidade que propõe a formação com duração de dois anos, carteira profissional e diploma; esta muda de nome a cada vez que é autuada pelo Ministério Público e continua a “formar” dois mil psicanalistas por ano, alunos que cumprem carga horária de 30 horas de análise e supervisão, dentre outros aspectos execráveis. A essas alturas, desnecessário se faz pontuar o quão desprovidas essas ofertas são, da ética que nos é cara no tripé da formação analítica.
Portanto, o MMP se caracteriza em preservar a formação do analista fora do ideal da norma e do Estado, além de tentar levar as ofertas de formação dessa natureza - que inclusive crescem como uma epidemia -, para os respectivos órgãos públicos que as autuariam ou mesmo, fariam interromper essa prática tão nefasta ao nome sob o qual elas se apresentam, a saber, a psicanálise. O que diríamos dos pacientes ou dos peixes que caíssem nessa rede...
Dessa forma, além da preocupação advinda da psicanálise poder ser regulamentada, renovada a cada projeto de lei levado ao Congresso com suas devidas providências, outras questões se somaram a esse movimento e, agora, além de outras iniciativas que trazem repúdio quanto à proposta de formação, fomos recentemente informados pelo colega Henri Kaufmanner, que certa vez navegava pela Internet, do link: http://sociedadedep sicanalise. vcx.com.br/.

Juntamente com sua estupefação, fomos então levados a mais uma vez, colocar em ato o movimento de fazer reverberar essa notícia, a fim de que possamos, um a um, enviar ao Ministério da Educação a pergunta de saber se os critérios sob os quais esta proposta se assenta, é legítimo. Todas as instituições do MMP assim o fazem com seus pares também. Sintam-se no dever ético de lutar junto conosco, bem como à vontade para pensarmos novas formas de barrarmos a epidemia das imposturas nas ofertas de formação, absolutamente indignas do nome de psicanálise.

Samyra Assad
Francisco Paes Barreto
Representantes da EBP-MG no MMP

Antônio Beneti
P/ Diretoria da EBP-MG

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